
Como disse no post sobre as panteras, moro em um prédio onde quem não é velho, age como aqueles bem travados, principalmente em determinados modos de pensar e no pensamento comum do "eu posso mais", e é focado nisso que hoje aconteceu uma reunião pacífica que só não foi mediada mais uma vez pela polícia porque a reunião foi encerrada antes da viatura chegar.
É impressionante a capacidade humana de complicar coisas simples em detrimento do ego e mais impressionante ainda é ver refletida em nosso condomínio o verdadeiro brasileiro que só se mostra quando tem oportunidade, e no geral o Brasileiro quando não é do time do "estou nem aí", é adepto do "ou estou certo ou nada".
Tudo que precisava ser feito na única assembléia do ano era discutir cinco pontos, conforme copiei do edital de convocação (sem valor legal).
1- Prestação de Contas.
2- Eleger um novo síndico, sub-síndico e conselho.
3- Apresentar o orçamento.
4- Debate e votação para o orçamento do portão de ferro de entrada.
5- Assuntos Gerais.
Vamos aos itens por parte... E vai ser algo curto.
Pra começar, começava a reunião a partir das 19h30min, mas eu tive pontualidade tupiniquim e cheguei atrasado precisamente as 20h45min. Antes estava tendo um papo importantíssimo com minha esposa sobre coisas como a novela global das 19h00min (sou um ser humano, e como todo homem casado adqüiri por osmose o hábito de minha esposa de ver novela, e hoje em dia vejo até mais que ela), só em dei conta da reunião porque quando estava no meio do jornal nacional discutimos algo a respeito de que horas eram. Era hora de correr.
Corri e vi que não tinha perdido nada. Como disse acima, eram 20h45min e nada havia acontecido além de troca de carícias padrão aquelas que existem em CPIs de Brasília. Um digno exercício de como a democracia funciona quando colocamos nossos egos em prol da comunidade
E depois de discutirem se sou condômino ou não, o que descobri que não sou segundo a convenção do prédio, pois apesar de herdeiro do imóvel onde moro, e de ter alugado-o para fazer ter luz em casa - uma outra história. -, não sou ninguém sem uma procuração. Por sinal, em meu prédio procuração é moeda de troca, tenha uma e ria à toa, tenha quatro e domine o prédio. Tenha cinco e serás supremo mandatário.
Como não tenho procuração fiquei de dar uma depois, mas prevendo problemas, optei por tomar a única posição que uma pessoa no meu estado pode tomar: me abster de votar. Fiquei para a assistir o barraco. E quando isso foi decidido, já eram quase nove e meia da noite.
Tudo isso só pra decidir quem seriam o presidente da sessão e o secretário. Acabamos tendo uma coisa inédita: um presidente, um secretário e um escrevente, que escrevia tudo que o secretário mandava. E como esse que se tornou secretário manda... =/
E o primeiro item começou a ser discutido...

Mas perdeu-se com a discussão uma hora e meia apenas para no final ficar tudo aprovado e nada mudar. Uma hora e meia onde se discutiu-se o óbvio, pois todos os meses os moradores recebem balancetes, e se tivesse algo errado, já teria sido discutido antes por interessados, e não depois de um ano. Existem assembléias extraordinárias para isso.
Essa discussão apenas me serviu para ler e constatar o quão perigoso ao prédio é ser controlado por leigos e leigos acharem que podem algo mais que votar sem um amparo legal ou o acompanhamento de uma pessoa do ramo de preferência idônea. Para a contratação de uma síndica fizeram uma lambança digna de Severino Cavalcanti e que colocaram em uma Ata do prédio um valor de ProLabore (uma espécie de salário) no valor de 350,00 e de repente, por mágica, aumentou para 388,50 (sendo que aumentos e acréscimos não eram previstos na ata, ou por qualquer outro meio... um contrato anexo, por exemplo).
Passada a confusão das contas, quando eram dez e meia da noite começou a votação para síndico. o secretário, uma pessoa com a qual concordo com seus objetivos e não com seus métodos, apresentou-se como único síndico. Perguntou-se se existiria algum outro candidato, o que não ocorreu, mesmo quando perguntado diversas vezes. Ele foi candidato único e perdeu por oito votos contra, cinco a favor e duas abstenções (no caso, a minha é uma delas).

Não pode existir prédio sem síndico e na ausência de um representante legal, alguém entraria na justiça - esse secretário. - exigindo intervenção no prédio. Para ter idéia, é muito, mas muito caro algo desse tipo. Tentaram fazer a síndica se releger, o que era o objetivo desde o início, mas como no momento oportuno não fizeram, perderam a chance. A solução? Confusão! Briga! E um vizinho surgindo de pijama pedindo silêncio porque precisava dormir, sendo destratado - sem palavrões, de acordo com a lei mas com mau uso dela. - e providenciando a polícia.
Mas não precisava mais, e no final de tudo, com toda a confusão, tudo ficou na mesma. A ata não foi assinada, não foi sequer aprovada e tudo ficou por isso mesmo, por enquanto na mesma, pelo menos é o que sei, pois saí de lá com a certeza maior ainda que realmente a democracia não deveria ser direito de todos. Apenas dos interessados, dado que minha presença era insignificante e o que vale em meu condomínio mais que meu voto e presença é a procuração... Assim fica fácil fazer bagunça e posar de santo, culpa compartilhada é uma coisa linda.
E cada vez mais odeio vida em condomínios... =p
Mas não desistam de seus prédios, eles não devem ser que nem o meu... Acho.
E em breve, mais bagunça, ops, reunião e exercendo a paciência, ou melhor, Democracia.
vixi, eu, por outro lado, só guardo boas recordações da época em que morava em prédio. apesar do pessoal ser velho, eles eram profundamente calmos e muito simpáticos.
ResponderExcluiruahuahaa, boa sorte pra vc.
véio, valeu pela visita em meu blog
ResponderExcluirrespondendo sua pregunta, lá no blog eu respondi mas cpio aqui
Boa pergunta!
É que eu pensei em postar "Minha cidade", mas essa cidade é tão grande e auto suficiente que é de ninguém!
Valeu pela visita!
Aliás de onde vc é? Conhce Sampa?
Abraçoão
Seu Blog é interssante...
ResponderExcluirhAUEHUQheAUHUAEhuEA, já fui a algumas dessas reuniões de condominio, mas nunca uma tão bagunçada que nem essa.
ResponderExcluirMorrei num prédio por 8 anos e sempre foi o mesmo sindico. =p
Agora tô em casa. =D
O Balrog representa quem, o secretário? Rapaz, ainda bem que não moro em apartamento, em condomínio. Moro numa casa e quero sempre morar numa casa. Dá muito menos trabalho. Mas os seres humanos, e os brasileiros mais que todos os outros, são assim mesmo: bossais.
ResponderExcluirAh, e a entrevista do Borat com o Bin Laden é de minha autoria mesmo.
No meu prédio é parecido, Dragus. Pelo menos no meu caso.
ResponderExcluirDesde a metade de 2007 moro de aluguel neste prédio e estou envolvido num problema que envolve procuração (Que, talvez, tenha sido resolvido ontem. Talvez...).
Incrível o poder que este instrumento de representação tem...
O problema não é a democracia, Dragus. Mas sim as pessoas que sempre querem levar vantagem, enganar as demais.
Belo post.
Grande abraço!
Ps: Te indiquei lá no blog, ok?
Gustavo Timm - D Bituca (dbituca.blogspot.com)
Nunca quis morar em prédio, gosto de casa com quintal.Moro no interior do RS. Tem poucos prédios aqui. Talvez eu seja individualista, não sei!?
ResponderExcluirQuem mora em condomínio deve ter que interagir com muitas pessoas e a privacidade vai... Parabéns!
Hahahaha pior que sempre é assim mesmo, é natural do ser - humano, ou pelo menos do brasleiro, complicar t-u-d-o!! Deixam coisas pequenas, que podem ser resolvidas facilmente, se tranformarem em uma verdadeira guerra. Paciência!!
ResponderExcluirSe puder, passe no meu blog >>
Tópico: A Liberdade Anda de Mãos Dadas com o Respeito (sobre tatuagem).
Abraços.
Reunião de condomínio normalmente acaba em baderna ou porradaria. é tradição. As pessoas não conseguem chegar a um acordo simples e alguns sempre vão com o intuito de bagunçar. Por isso mesmo desisti de morar em prédios e moro em casa. Assim, fujo dessas picuinhas.
ResponderExcluirPutz Dragus, onde tu arranjasse essa foto do Balrog?
ResponderExcluir___________________________________
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