Vendo que existiram pontos que não ficaram claros, ou mesmo a participação dos comentários que enriqueceram mais a situação como um todo, vou abrir um espaço para responder comentários dos próprios usuários, não todos, pois foram bastantes (e não esperava tanta repercussão, que já superou a divulgação) escolhi alguns que pensei em responder direto, mas que considerei melhor colocar aqui, em aberto...
Agradeço pelas opiniões a favor ou contrárias e torno a lembrar que o enfoque principal foi em cima do problema não em cima dos afetados. E para essas soluções, ainda tenho muito pano na manga, como podem ver pela evolução dos dois artigos.
Dando início aos comentários dos comentários... Em ordem cronológica e ao invés de copiar o texto, tirarei prints de modo a preservar sua originalidade (caso tenham interesse, me mandem os links de seus blogs principais que os coloco em seus nomes ao invés de links para perfis):





E que venham, se houverem, as tréplicas.
E torno a agradecer pelos comentários recebidos. =D
Gostaria que esse debate ao invés de virar apenas discussão acalorada pudesse de alguma forma assumir outra forma, mas deixarei isso para outra oportunidade ou quem sabe, na próxima rodada de "Comentando Comentários". =p
Agradeço pelas opiniões a favor ou contrárias e torno a lembrar que o enfoque principal foi em cima do problema não em cima dos afetados. E para essas soluções, ainda tenho muito pano na manga, como podem ver pela evolução dos dois artigos.
Dando início aos comentários dos comentários... Em ordem cronológica e ao invés de copiar o texto, tirarei prints de modo a preservar sua originalidade (caso tenham interesse, me mandem os links de seus blogs principais que os coloco em seus nomes ao invés de links para perfis):

Nanda, a resposta (ao menos a minha) a questão que refere, ao menos a que coloquei está num trecho do próprio post, que provavelmente não deve ter lido, que é essa:
"Havendo em ambas as utopias habitantes em número que possam habitar imóveis construídos, faz-se uma retirada ou um acampamento dentro do próprio sítio de obras para que sendo essas concluídas recebam seus apartamentos e seus títulos de propriedade, ao invés do que acontece em outros processos similares, onde os moradores são removidos e mandados para onde judas perdeu as meias (pois as botas ficaram antes). Se ultrapassar a quantidade, refaz-se o projeto visando a acomodação de todos."
Pode não ter ficado claro, mas o que quis dizer é: ficariam onde estão. No máximo permaneceriam em locais próximos ou dentro do bairro (como escolas ou mesmo em alojamentos temporários no próprio pátio de obras) e depois seriam alojados dentro da construção legalizada, sem nenhuma mudança para locais distantes.

Interessante, Eduardo. Essa informação não possúia, grato pela contribuição. =D
E concordo quando se refere ao problema do transporte público, até mesmo pincelei a respeito no final, mas o problema é que investir apenas em expandir o transporte não funciona se o preço dele se alargar também. No Rio de Janeiro, a Capital, o metrô custa atualmente R$ 2,30, é um preço alto e que não é considerado por patrões em negociações de vale transporte, exceto quando o metrô substitui duas linhas de ônibus (pois o ônibus custa R$ 2,10 o comum) e cai no dilema do transporte não ser mais de massa, mas de escravos ou para a "elite" que consegue gastar algo fora do esquema casa-trabalho-casa a que o brasileiro está sendo submetido dia a dia por causa dos custos de deslocamento.

Aventureiro X, morei por dois anos em um lugar chamado Ilha de Paquetá e os restantes indo para lá alguns finais de semana. Até o início dos anos 90, antes do Collor, era tido como um lugar para elites, como eram alguns lugares que hoje em dia são considerados favelas mesmo não sendo. Não é exatamente uma favela, mas dada determinadas situações, é pior até mesmo que a favela onde sua família morou e sei a qual se refere. =p
Paquetá não tem hospital, não tem transporte público, a única forma de sair de lá é de Barca, que custa onerosos R$4,00 e tem alguns horários fixos entre 5h15min e 22h15min para sair de lá, caso contrário estará isolado e se precisar de algo com urgência a única coisa que virá em seu socorro é a morte. É um lugar muito mais isolado, sofrido e abandonado do que o lugar que vive será, mesmo porque a imprensa ao menos cita dia sim e dia não e políticos tem interesses em dar pitacos porque rende votos. Paquetá só rende problemas.
A única coisa que Paquetá não tem atualmente é a violência do tráfico, mas isso não é vantagem nenhuma. Tem invasões de casa, velhos que são espancados por piratas (bandidos que vêm no escuro da noite para invadir casas desertas ou com habitantes idosos) e em paralelo têm problemas com conta d'água mesmo pagando conta, tem problemas com a rede elétrica, ruas escuras e um custo de vida muito alto e assim como nas favelas maiores a maior parte das residências tem problemas documentais ou em virtute de inventários intermináveis ou por coisas com a prefeitura que duram anos (como a missa de obter RGI). Te garanto que é pior que grande parte das favelas do Rio.
Se ainda não for suficiente, o que acredito que não seja, posso dizer que o meu companheiro de blog, o Pk Ninguém, viveu em comunidades, uma delas na Ilha do Governador, e atualmente vive aprisionado na Ilha preferindo mil vezes ir para onde morava antes do que estar onde está, mesmo sendo teoricamente mais seguro. E o pior, ele convive dia a dia com a Secretaria de Saúde e sabe o quão precária é a coisa em Paquetá. E mesmo assim Paquetá tem favelas, e as tem porque pessoas empregadas pelos patrões de lá não tinham como trabalhar pois na época que as favelas surgiram não haviam residências baratas em Paquetá - quando a Ilha prestava - e agora estão presos lá sem poder nem dizer onde moram para não serem ignorados na fila para obter emprego.
Eu tenho experiência em comunidades, como pode ver. =p
Acredito apenas que fui mal interpretado e não dei visão de fora, pois tenho quem consultar a respeito e que por sua vez tem uma bagagem triste sobre essa visão.
Se seus pais tiverem:
- A Escritura do local onde moram lavrada em cartório;
- O RGI (pois pagar IPTU não quer dizer que está regularizado para a lei carioca, o que aprendi de forma chata);
- Paguem a conta da Light,
- Paguem a conta da Cedae;
- Paguem a Net/Sky (se tiverem);
- Etc;
Se tiverem, eles não se encaixam no post, não há nem porque defendê-los. Não direciono para quem é legalizado, mas quem não é. Pois podem ser considerados criminosos de alguma forma, mesmo que sejam pessoas retas, de moral inquestionável e que só estão onde estão porque a vida foi ingrata. Sei que nem sempre querer é poder, mas existe sim moradores de favela que se vamgloriam de seu status ilegal e já escutei isso de um que morava no Santo Cristo, e depois disso passou a fazer "saída de banco" e hoje em dia é habitante do Cemitério do Caju.
Ademais, falei de lei e a lei não é flexível, flexível é quem a aplica. Em nenhum momento disse: "para mim" são criminosos. Disse apenas que segundo a lei o são.
E críticas são sempre bem vindas, elas fomentam respostas e me permitem ver onde não fui claro no que queria dizer. =p
E urbanização, no que propuz não é o que muitos propõe, que é pegar a favela e mandar para marte (!?), como respondi para a Nanda, acima, é transformar efetivamente favela em bairro e não apenas acimentar, pintar, colocar uma placa pra propaganda eleitoral e pedir voto.

Também não entendo, Arne.
No próximo post falarei exatamente sobre isso, não entendo como governos quando constroem casas populares (que parecem mais enfeites que casas) não fazem ao invés disso prédios populares. Cabe muito mais gente, com mais dignidade e pode ser feito dentro da própria comunidade, sem precisar usar áreas extremamente distantes e onerosas (para viajar, trabalhar, etc) como aconteceu aqui no Rio de Janeiro com a Cidade de Deus. É muito mais barato e até mais inteligente do que o que fazem sempre.

Lukkas, isso é um dos grandes males. Esse ano houve até uma polêmica onde moradores de áreas afetadas pela favelização (lê-se, a cidade inteira) protestaram e fizeram um compromisso de boicotar o pagamento de IPTU desse ano caso o prefeito não acatasse exigências ou revogasse o fim de um desconto que é dado na cidade para residências que ficam próximas de áreas desvalorizadas pelo caos urbano.
Acabou que ao invés de resolver a situação, iniciando contenções de crescimento em favelas ou mesmo iniciando obras de urbanização sérias em comunidades (não apenas, como digo direto, pintar, cobrir de cimento e colocar placas), o sr. prefeito optou por apenas revogar o aumento. No final, todos saíram perdendo. Os que moram em comunidades, que vão continuar morando em amontoados de cimento, terra e abandono, e os que moram nos bairros, que vão continuar vendo favelas crescerem descontroladamente por causa do jogo de empurra.
E sobre a solução ser Educação e Saúde, acredito que a solução mesmo seja o fim do analfabetismo político, que inclusive vi fazer presença nos comentários, onde existe gente que não procura saber sobre determinados assuntos quando deveria para saber em quem votar e, principalmente, em quem não votar.
E que venham, se houverem, as tréplicas.
E torno a agradecer pelos comentários recebidos. =D
Gostaria que esse debate ao invés de virar apenas discussão acalorada pudesse de alguma forma assumir outra forma, mas deixarei isso para outra oportunidade ou quem sabe, na próxima rodada de "Comentando Comentários". =p
Leia o Restante.